terça-feira, 1 de abril de 2014

Regresso a casa de Harold Pinter

Será porque eu era rapaz nesses anos 60? O certo é que, pensando com atenção, não vejo como superar a representação da mulher que nesses anos ocorreu - e eu diria que sobretudo no cinema e no teatro. A "Eva"(Jeanne Moreau) de Joseph Losey, as Vittis de Antonioni, a "Darling" (Julie Christie) de Schlessinger, a Moreau de Truffaut, as Thulin/Anderson de Bergman, claro, a Gata da Fernanda Botelho - e, claro, a Ruth de "REGRESSO A CASA" de Harold Pinter (como as duas amigas de HÁ TANTO TEMPO do mesmo poeta, anos depois). Nunca antes se tinham visto mulheres assim, secretas, libertas do bovarismo, mulheres que não aguardam pelo homem, Kareninas sem Vronskys.Ah pois, todas vindas das mulheres que, nos anos 50, o magoado Pavese foi vendo pelo Nordeste de Itália, na praia, nos salões literários ou da moda, sim, ele viu-as.

Jorge Silva Melo

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